terça-feira, 31 de maio de 2011

Quiáltera

Como o próprio nome sugere, QUIÁLTERA pode ser traduzido como QUE ALTERA , ou seja, que altera a quantidade normal de figuras de som dentro de um compasso.

Como identificar a QUIÁLTERA (alteração na quantidade normal de figuras) dentro do compasso?

  • Quando houver uma quiáltera dentro de um compasso, haverá sobre o grupo de notas que formam essa quiáltera, um número indicando quantas notas compõem o grupo das quiálteras. 






No exemplo acima pode-se ver como a quiáltera se diferencia em nº de figuras em um compasso.
Embora as quiálteras possuam uma quantidade de notas maior do que a normal, as notas que compõem a quiáltera devem ser executadas no tempo em que se executaria um grupo normal de notas.

Ou seja; Se em um tempo executamos duas colcheias.(primeiro compasso) Também em um tempo são executadas as quiálteras de colcheia.(segundo compasso)
Existem outras peculiaridades teóricas quanto a classificação da quiáltera.

Por exemplo se (como no exemplo acima) a quantidade de figuras da quiáltera altera para mais a quantidade normal de notas, a quiáltera é clasificada como aumentativa .

Se a quiáltera altera para menos a quantiade normal de figuras, ela é classificada como quiáltera diminutiva. 

Existem ainda outras classificações possíveis a serem dadas a quiáltera, porém nenhuma dessas classificações modifica a maneira de executar esse grupo especial de notas.

Existem infinitas formas de escrever as quiálteras, com diferentes quantidades de notas e muitas outras combinações das diferentes figuras de som e pausa.

Contratempo - Síncopa

Os acentos do compasso caem nos tempos fortes (acentuação principal) e nas partes fortes dos tempos (acentuação secundária) essa é pois, a acentuação normal do compasso.
No entanto podem ocorrer modificações na mesma: ou o acento é deslocado, o que se denomina "Contratempo", ou é suprimido o que se chama "Síncopa".

Obs: o contratempo existe quando o acento é deslocado, isto é, quando em vez de cair em tempo forte ou parte forte de tempo, ele cai em tempo fraco ou parte fraca de tempo.

Indica-se o contratempo escrevendo sobre ou sob a nota acentuada, um dos sinais > ou - ou SF= Sforzato.



Síncopa regular: é aquela que não ultrapassa o compasso.






Síncopa irregular: é aquela que ultrapassa o compasso.

O contratempo não é uma síncopa.(rss) Ele é caracterizado pela ausência do som do tempo forte e/ou meio forte de um compasso, esses tempos são substituídos por pausas. Vamos usar o mesmo exemplo para demonstrar um contratempo na musica (introdução) do Anjos de Resgate.


Anacruse

Anacruse: é a ausência de tempos no primeiro compasso de uma música os quais são, geralmente, completados no final (último compasso da sequência ou da música).
Podemos ter, por exemplo, uma música em tempo quaternário simples (4/4) cujo primeiro compasso possui somente 1, 2 ou 3 tempos. Os tempos ausentes (inexistentes no primeiro compasso) podem surgir no final da frase musical ou no último compasso da própria música, ou ainda, não serem compensados. É importante não confundir com compassos acéfalos ou téticos (onde a música inicia-se ou não com pausa, mas o compasso é completo em tempos)....

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Formação de acrodes

Parte 1:

Na teoria musical para guitarra, a formação de acordes exerce uma grande influência sobre o aprendizado de outras matérias. Um guitarrista que domine a formação de acordes terá muito mais liberdade ao compor e interpretar, devido à maior variedade de desenhos de acordes disponíveis para uso.


Você sabe que cada casa pressionada no braço da guitarra emite uma determinada nota.
A primeira corda solta é um E, pressionada na casa 1 é um F, pressionada na casa 2 é um F#, etc...


Logo, para fazer um acorde, devemos pressionar as casas correspondentes às notas que aquele acorde utiliza, certo?


Todo acorde (Cm, F#, D7, etc...) é formado por uma tríade (ou tétrade) de notas, sendo a principal delas (a tríade) formada por uma tônica (T), responsável por dar o nome ao acorde (a tônica é necessariamente a nota mais grave do acorde), uma terça (III), que indica se o acorde é maior ou menor e uma quinta (V), que indica se o acorde é dissonante ou consonante.

Parte 2:

Lembrando que:

Dissonante: dá ao ouvido uma sensação de "movimento"
Consonante: dá ao ouvido uma sensação de "repouso"


Bem, já aprendemos que uma tríade é um conjunto de 3 determinadas notas. Vamos ver o exemplo de :

C.....C#.....D.....D#.....E.....F.....F#.....G.....G#.....A .....A#.....B.....C

Ou seja:

I: C
II: D
III: E
IV: F
V: G
VI: A
VII: B
VIII: C

Logo, a tríade de é:

I + III + V = C + E + G

Partindo da mesma fórmula, podemos obter a seguinte tabela de tríades:

.......I.....III.....V
C.....C.....E.....G
D.....D.....F.....A
E.....E.....G.....B
F.....F.....A.....C
G.....G.....B.....D
A.....A.....C.....E
B.....B.....D.....F

Tipologia das tríades

A tipologia da tríade é basicamente sua configuração estrutural considerando os intervalos entre os graus (notas).

Podemos considerar a existência de quatro formas básicas de tipologia de tríades:

Maior
Menor
Aumentada
Diminuta

Mas antes de prosseguirmos, vamos relembrar alguns detalhes:

Primeiramente, relembraremos os nomes dados aos graus da escala:

1º grau – TÔNICA
2º grau – SUPERTÔNICA
3º grau – MEDIANTE
4º grau – SUBDOMINANTE
5º grau – DOMINANTE
6º grau – SUPERDOMINANTE
7º grau – SENSÍVEL OU SUBTÔNICA (em determinadas escalas)
8º grau – TÔNICA


Tônica é a nota da qual a escala tira seu nome. É obrigatoriamente a nota mais grave. A supertônica é o grau logo acima da tônica (super=acima de). A mediante é o grau que fica entre o primeiro e o quinto graus. A subdominante recebe este nome por vir logo antes da dominante, que é o grau mais “importante” depois da tônica, e que é sucedido obviamente pela superdominante. A sensível, ou nota atrativa, recebe este nome por dar a impressão de tender a subir para o oitavo grau. Isso se explica pelo fato de que a sensível fica a meio tom da tônica. Quando, devido à construção de determinada escala, a sensível fica a 1 tom da tônica, recebe o nome de subtônica.

Para compreendermos melhor os esquemas a seguir, vamos ainda relembrar rapidamente alguns aspectos sobre os intervalos:

Os intervalos são, essencialmente, a distância entre as notas. O nome do intervalo é caracterizado por lembrar o número de graus abrangidos.

Regra: "Os I, III, VI e VII graus podem ser maiores, menores, aumentados ou diminutos. Os IV, V e VIII graus podem ser justos, aumentados ou diminutos."


Legenda:

M – maior
m – menor
A – aumentado
º ou dim – diminuto
J – justo


Listagem de intervalos:

Usando o exemplo de Dó Maior

2M - está a 1 tom da tônica (D)
2m - está a meio tom da tônica (Db)
2A - está a 1 tom e meio da tônica (D#)
- não existe

3M - está a 2 tons da tônica (E)
3m - está a 1 tom e meio da tônica (Eb)
3A - está a 2 tons e meio da tônica (E#)
- está a 1 tom da tônica (Ebb)

4J - está a 2 tons e meio da tônica (F)
4A - está a 3 tons da tônica (F#)
- está a 2 tons da tônica (Fb)

5J - está a 3 tons e meio da tônica (G)
5A - está a 4 tons da tônica (G#)
- está a 3 tons da tônica (Gb)

6M - está a 4 tons e meio da tônica (A)
6m - está a 4 tons da tônica (Ab)
6A - está a 5 tons da tônica (A#)
- está a 3 tons e meio da tônica (Abb)

7M - está a 5 tons e meio da tônica (B)
7m - está a 5 tons da tônica (Bb)
7A - está a 6 tons da tônica (B#)
- está a 4 tons e meio da tônica (Bbb)

8J - está a 6 tons da tônica (C)
8A - está a 6 tons e meio da tônica (C)
- está a 5 tons e meio da tônica (Cb)

Tendo estas informações em mente, podemos prosseguir:

Acorde Maior:

Este nome é dado pela tipologia da tríade, que funciona da seguinte forma:

Entre o I grau e o III grau temos um intervalo de 3ª maior (ou seja, 2 tons). Entre o III grau e o V grau temos um intervalo de 3ª menor (ou seja, 1 tom e 1 semitom).

Acorde Maior:

Este nome é dado pela tipologia da tríade, que funciona da seguinte forma:

Entre o I grau e o III grau temos um intervalo de 3ª maior (ou seja, 2 tons). Entre o III grau e o V grau temos um intervalo de 3ª menor (ou seja, 1 tom e 1 semitom).


Lembrando:

Fórmula do acorde maior:

I grau >> 2 tons >> III grau >> 1 tom e meio >> V grau


Vamos então formar alguns acordes maiores:

C

I grau:
III grau: Mi
V grau: Sol

Formada a tríade, vamos analisar se a fórmula foi respeitada:

Dó__Dó#__Ré__Ré#__Mi
---ST--ST--ST---ST---------- 2 tons

Mi__Fá__Fá#__Sol
--ST--ST---ST------------ 1 tom e meio

Agora chegamos num ponto onde outra parte da teoria musical se faz presente: os acidentes.

Vejamos outro exemplo:

Lembrando também da regra básica para a formação de escalas:

T T ST T T T ST

D

D...E...F...G...A...B...C...D

De D a E temos um tom (T)[b/].......... [b]ok

De E a F temos um semitom.......... mas deveríamos ter um tom de acordo com a fórmula: T T ST T T T ST

Sendo assim, o que podemos fazer é criar um acidente na nota , aumentando-a em um semitom e tornando-a F#.

Desse modo, teremos cumprido o que diz a fórmula da formação de escalas.

Continuando:

De F# a G temos um semitom..........ok

De G a A temos um tom..........ok

De A a B temos um tom..........ok

De B a C temos um semitom.......... mas deveríamos ter um tom de acordo com a fórmula.

Sustenizamos o C

De B a C# temos um tom.........ok

Continuando...

De C# a D temos um semitom........... ok

De modo que a escala completa fica assim:

D

D...E...F#...G...A...B...C#...D

Acorde menor:

No acorde menor, o esquema triádico é o mesmo. Basicamente, apenas mudamos o intervalo entre os graus.

Entre o I e o III graus devemos ter um intervalo de 3ª menor (1 tom e meio), e entre o III e o V graus devemos ter um intervalo de 3ª maior (2 tons). Ou seja:

Fórmula do acorde menor:

I grau >> 1 tom e meio >> III grau >> 2 tons >> V grau


Montando um acorde menor:

Cm

I grau:
III grau: Mib
V grau: Sol

Vamos agora comparar com a fórmula:


Dó__Dó#__Ré__Mib
---ST-----ST---ST------------- 1 tom e meio


Mib__Mi__Fá__Fá#__Sol
---ST---ST---ST-----ST------------- 2 tons

Acorde diminuto:

O esquema triádico diminuto baseia-se em dois intervalos de 3ª menor dispostos em sequência.

Fórmula do acorde diminuto:

I grau >> 1 tom e meio >> III grau >> 1 tom e meio >> V grau

Formando acordes diminutos:

ou Cdim

I grau:
III grau: Mib
V grau: Solb

Entre as notas e Mi, o intervalo é de 3ª maior. Como precisamos de um intervalo de 3ª menor, baixamos o III grau para Mib.


Dó__Dó#__Ré__Mib
---ST-----ST---ST------------ 1 tom e meio

Entre as notas Mib e Sol, temos um intervalo também de 3ª maior. Por isso, baixamos o V grau para Solb.


Mib__Mi__Fá__Solb
----ST--ST---ST------------ 1 tom e meio

Acorde aumentado:

O esquema triádico do acorde aumentado é muito parecido com o do acorde maior, tendo como única diferença a mudança do intervalo entre o III e o IV graus de 3ª menor para 3ª maior. Logo, temos uma tríade composta por [b]dois intervalos de 3ª maior.

Fórmula do acorde aumentado:

I grau >> 2 tons >> III grau >> 2 tons >> V grau

Formemos um acorde:

Caum:

I grau:
III grau: Mi
V grau: Sol#

Entre as notas e Mi, temos uma diferença de 2 tons:


Dó__Dó#__Ré__Ré#__Mi
---ST-----ST---ST-----ST------------ 2 tons


Entre Mi e Sol há um intervalo de 3ª menor. Para combinar com a fórmula, aumentamos o V grau em um semitom, tornando-o Sol#:

Mi__Fá__Fá#__Sol__Sol#
---ST---ST----ST---ST------------- 2 tons